Rudolf Hess - 1940
Nascido de uma família de comerciantes bávaros, de mãe britânica, Hess serve sob uniforme alemão durante a Primeira Guerra Mundial. Adere ao NSDAP em 1920, quando encontra Hitler, que ajudará a escrever Mein Kampf quando ambos eram prisioneiros após o Putsch de Munique de 1923.
Hess alistou-se no 7.º Regimento de Artilharia Terrestre da Baviera no início da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido por diversas vezes e recebeu a Cruz de Ferro
de segunda classe, em 1915. Pouco antes da guerra terminar, Hess
matriculou-se na força aérea como piloto-aviador, mas não chegou a
combater. Deixou as forças armadas em Dezembro de 1918 com a patente de Leutnant der Reserve (Tenente de Reserva).
No Outono de 1919, Hess entrou para a Universidade de Munique, onde estudou geopolítica com Karl Haushofer, um proponente do conceito de Lebensraum ("espaço vivo "), que mais tarde se tornaria um dos pilares da ideologia do Partido Nazi. Hess juntou-se ao NSDAP em 1 de Julho de 1920, e esteve ao lado de Hitler a 8 de Novembro de 1923 no Putsch da Cervejaria,
uma tentativa falhada dos nazis de tomarem o controlo do governo
alemão. Durante o tempo de prisão devido ao golpe, Hess ajudou Hitler a
escrever a sua obra, Mein Kampf, que se tornou numa das fundações da plataforma política do NSDAP.
Depois da tomada de poder nazi
em 1933, Hess foi designado para Delegado do Führer do NSDAP, e recebeu
um cargo no gabinete de Hitler. Passou a ser o terceiro homem mais
poderoso da Alemanha, atrás de Hitler e Hermann Göring. Para além de aparecer em manifestações e palestras em nome de, Hess redigiu grande parte da legislação, incluindo as Leis de Nuremberg de 1935, as quais retiravam os direitos dos judeus na Alemanha, e que estiveram na origem do Holocausto.
Torna-se mais tarde secretário particular de Hitler, ascendendo à terceira posição na Alemanha Nazista, após Hitler e Hermann Göring.
Hess teve uma posição privilegiada como adjunto de Hitler nos
primeiros anos do regime nazista, mas foi sendo posto de lado pouco a
pouco durante os anos 30, à medida que Hitler ganhava mais poder. Essa tendência a marginalizar seu papel acentuou-se durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, que focalizou toda a glória popular nas outras personalidades próximas de Hitler: Hermann Göring, Joseph Goebbels e Heinrich Himmler. Ele foi, no entanto, nomeado membro do Conselho de Defesa do Reich em 1939, destinado assim a ser o sucessor de Hitler e Göring.
Hess foi também o personagem principal de uma história rocambolesca
da Segunda Guerra Mundial, quando na iminência da invasão da União Soviética pelas tropas de Hitler em 1941, embarcou sozinho num avião até o Reino Unido, saltando de pára-quedas sobre a Escócia na noite de 10 de maio, quebrando o tornozelo na queda, na esperança de encontrar o Duque de Hamilton.
Hess supunha que Hamilton fosse um opositor de Winston Churchill
e por isso tentou encontrar-se com ele, pois Hess julgava Churchill e
seu gabinete responsáveis pelo começo da guerra e não queria negociar
diretamente com eles. Sua proposta de paz foi similar àquela proposta
por Hitler a Chamberlain pouco antes da invasão da Polônia: a Alemanha protegeria o Império Britânico enquanto a Inglaterra não se opusesse aos projetos alemães.
O estranho comportamento de Hess, bem como sua proposta extrema,
acabaram por minar sua reputação como negociador, principalmente depois
que Hamilton teve certeza de que ele não fora enviado por Hitler.
Hess ficou furioso quando as autoridades o fizeram prisioneiro em vez
de ser tratado como um enviado especial para uma missão de paz e
revelou-se uma pessoa extremamente ansiosa. Um dia atirou-se das
escadas, acabando por partir uma perna.
A pedido dos Serviços Secretos britânicos, o médico militar britânico
Henry Dicks examinou Rudolf Hess a 2 de Junho de 1941, quando este
esteve detido em Surrey considerando-o um psicopata”, mais “patético do
que ameaçador”. Hess foi aprisionado na Torre de Londres, e Hitler divulgou a notícia de que Hess havia enlouquecido e agido por iniciativa própria. Martin Bormann tomou seu lugar no posto de adjunto.
Hess foi julgado no Processo de Nuremberg após a guerra por crimes contra a paz e foi condenado à prisão perpétua sob insistência da URSS. Durante os anos que se seguiram, ele foi o « prisioneiro número 7 ». Após as liberações de Baldur von Schirach e Albert Speer em 1966, Hess tornou-se o último prisioneiro da Prisão de Spandau (Berlim oeste). Seus guardas indicaram que sua saúde mental degradara-se profundamente, e que havia perdido a memória.
Hess morreu em 1987, ainda prisioneiro em Spandau. Sua morte foi qualificada de suicídio.
Hess, então com 93 anos estava quase cego e movia-se com extrema
dificuldade. Segundo a versão oficial, ele foi até à casa do jardim,
colocou um cabo elétrico ao redor do pescoço e cometeu o suicídio.
Entretanto, as declarações de sua enfermeira pessoal também colocam em
xeque a versão oficial. Ela encontrou Hess sem sinal de vida no interior
da casa do jardim. Tentando reanimá-lo pediu o saco de primeiros
socorros que segundo ela, "foi entregue com uma grande demora,
exageradamente longa" e que lhe chegou às mãos já aberto, com os
instrumentos cirúrgicos destruídos e a garrafa de oxigênio vazia.
Rudolf Hess - aos 91 anos de idade
Esta enfermeira que acompanhou os últimos 5 anos da vida de Rudolf
Hess afirma que "Hess tinha muita artrite nas mãos e já estava bastante
fraco para se manter de pé sem apoio. Ele não conseguia atar os seus sapatos
nem levantar os seus braços a uma altura suficiente para colocar um
cabo no seu pescoço — o que derrubaria a tese de suicídio por
enforcamento.
Uma segunda autópsia foi efetuada a pedido do seu filho, Wolf Hess, que contratou o patologista Dr. Spann, do Hospital de Munique.
A sua conclusão refuta a opinião do médico britânico, James Malcom
Cameron: "Muito provavelmente Rudolf Hess foi estrangulado por trás, por
outra pessoa".
Após sua morte, as autoridades tentaram sepultá-lo em lugar secreto.
Mais uma vez, seu filho interveio e conseguiu levar o corpo para o
cemitério da família. A cerimónia só pôde ser realizada de madrugada,
com familiares mais próximos, não podendo exceder os 2 minutos, tudo sob
controle das autoridades.
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