segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O MERCADO DE ARTE




É possível investir em obras de arte? Sim, é possível, desde que você tome cuidados específicos e siga algumas regras.




Decorar ou investir?

Uma coisa é decorar, aleatoriamente, uma residência. Outra, bem diferente, é atender o mesmo objetivo, mas levando em conta, pelo menos, a possibilidade de recuperar o investimento, quando for necessário.

Para investir em obras de arte, não tendo experiência no mercado, haverá que se contratar um profissional capacitado, o qual tomará em seu nome uma série de precauções, tanto na aquisição como no acompanhamento da coleção – vale dizer, na substituição de obras do acervo por outras que tenham mais possibilidade de valorização.

Os grandes investidores do mercado de capitais, inclusive bancos, costumam materializar parte de suas reservas em obras de arte: quando a Bolsa de Valores vai bem, o mercado de arte vai melhor ainda... É o que se ouve, comumente. Tire suas conclusões.




Obras de arte sempre foram peças de colecionadores. Os valores milionários reservavam esse tipo de aquisição a grupos seletos de compradores e apreciadores.  Nos últimos tempos, contudo, a arte passa a servir também como uma forma de investimento de médio a longo prazos que, apesar da baixa liquidez (rapidez para resgate dos recursos), pode funcionar como um seguro para momentos de crise. 


Com a ascensão desse mercado na última década, diversos pesquisadores começaram a se especializar na área, estudando formas de atribuir valor a uma peça -ou mesmo a um acervo- e elaborando dicas de como obter bons resultados financeiros. 




Apesar da grande dificuldade para mensurar o valor exato de uma obra, estima-se que seja possível obter, em média, uma rentabilidade próxima a 8% ao ano com este tipo de investimento, segundo levantamento do consultor de galerias sediado em Londres Constanze Kubern. 


 

Mas esse valor pode flutuar, não sendo possível utilizar bases passadas para prever custos futuros. Especialistas afirmam que as flutuações podem se aproximar das encontradas no mercado de ações. Nas artes, no entanto, por haver uma relação com o gosto do cliente, é possível que os preços sejam ainda mais instáveis. 


 Sotheby's  - Famosa Casa de Leilões Londrina



E o mercado artístico apresenta outra grande diferença em relação ao acionário: não há pagamento de dividendos.  Por isso, sugere-se aos aventureiros que desejam colocar parte de seus recursos em obras de arte que apliquem pequenas parcelas de sua renda, pois terão altos custos de transação e poucas oportunidades para vender os produtos caso necessário. 



Alternativas de mercado
Identificamos, basicamente, três intenções de quem pretende investir pesado em arte: abrir uma galeria, com ou sem organização paralela de leilão de arte; investir maciçamente na aquisição de obras de determinado artista plástico; ou associar-se a empresas para investir apenas em determinados eventos do mercado.
 

Abrindo uma galeria
Galerias e casas de leilão de arte são para profissionais experientes. Se você não se tem experiência no mercado, deve contratar um profissional do ramo, para que ele o assessore e lhe diga como tomar as devidas precauções ou até lhe dizer que não cristalize a ideia.
Investindo maciçamente num único artista
A segunda hipótese, também, na minha ótica, não é aconselhável. Por quê? simplesmente porque, conforme o multimilenar provérbio chinês, ‘Não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta’. Entretanto, se o investimento for pulverizado nas obras de vários artistas, vai cair no que tratei mais acima, quando lhes falei da substituição de obras do acervo por outras que tenham mais possibilidade de valorização. Aí, é só tomar os cuidados preconizados.


Produzindo parcerias
Associar-se a empresas do ramo para participar de eventos do mercado de arte é a possibilidade mais viável. Há múltiplas formas de participar. Escolha a que lhe pareça mais benéfica para o mercado e para seus interesses como investidor.  As parcerias – sociedades episódicas de fato, que objetivam somar os identificadores positivos de cada um – para realização de um vernissage, uma exposição retrospectiva, um grande leilão, o lançamento de um livro de arte, aquisição de um lote de quadros e muitos outros, podem dar bons frutos financeiros.  Nem sempre as boas ideias, o conhecimento de causa, a disponibilidade de tempo e o talento na execução dos eventos são predicados de quem dispõe de capacidade financeira. Já houve muito dinheiro posto fora em projetos mirabolantes, verdadeiros castelos de areia; assim como, na mesma proporção, projetos brilhantes – com absolutas possibilidades de grandes lucros – malograrem por falta de financiamento. Cada caso sempre será único e deverá ser analisado de per si.




 Diversificar investimentos em arte para atenuar perdas também é boa escolha, assim como no mercado financeiro. Além de reduzir o risco, o investidor também encontrará a oportunidade de ter diversos tipos de peças em casa. 
















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