terça-feira, 21 de janeiro de 2014

QUAL O MELHOR CONSELHO SOBRE INVESTIMENTOS QUE O SENHOR JÁ RECEBEU?




 Dr. Bob Froehlich
Diretor de estratégia de investimentos da Deutsche Asset Management



-  Minha opinião sobre investimentos sofreu uma mudança fundamental há vinte anos, quando eu estava em uma picape com James Walton, filho de Sam Walton.  Na ocasião, eu participava de uma conferência de investidores em Bentonville, em Arkansas.  Passeávamos pela região conversando sobre investimentos, e ele disse:  "Quer saber?  A maioria das pessoas simplesmente não entende".  "Não endende o que?",  eu perguntei.

"Elas não entendem a relação fundamental entre uma empresa lucrativa e uma empresa com excelentes serviços.  A maioria dos investidores não percebe essa correlação, apesar de ser o melhor indicador de uma empresa lucrativa.  Em vez disso, estão ocupados demais analisando índices P/L e balanços patrimoniais, mas, ao final do dia, se você puder encontrar as empresas e os setores que realmente se voltam para o serviço, é só ver o que acontece cinco ou seis anos depois.  O melhor indicador é o bom serviço.  É uma forma qualitativa de observar empresas e oportunidades de investimentos, diferente de todo o resto que as pessoas costumam analisar."

A partir daquele momento, comecei a analisar a fidelidade dos clientes, o tipo de negócios repetidos que a empresa fazia, a forma como treinava seu pessoal, a rotatividade de empregados, tentando extrair elementos quantitativos em relação ao atendimento ao cliente e ambiente de relacionamentos com os clientes, porque isso significaria que eles teriam uma base de clientes mais fiéis.

Eu me considero um clássico investidor em valor.  Antes de investir em qualquer coisa, levo em consideração alguns elementos.  Primeiro, procuro uma empresa que tenha um baixo índice preço/lucro (P/L).  Esse é o primeiro filtro que aplico sempre que invisto em alguma coisa.  Eu não quero pagar demais por algo que não seja adequado ao mercado e estou sempre em busca de pechinchas.

Em segundo lugar, sou um investidor de dividendos e tenho seguido esta abordagem durante os últimos vinte anos.  Dou noventa dias ao meu investimento e, a cada período, revejo os dados, já que quero que meus investimentos me retornem uma parte do que lucraram.  Eu quero receber pelo menos parte disto a cada noventa dias, em termos de dividendos.  Essa tem sido a pedra fundamental da forma como invisto:  sempre procurando avaliações baratas e menos favorecidas no mercado e , então, escolhendo as que possuem fluxo de caixa suficiente para pagar um dividendo.

Acho que a maior razão pela qual as pessoas têm medo de investir, e acabam permanecendo na platéia, é que elas confundem investir com jogar na loteria.  Muita gente estava correndo atrás do dinheiro, no fim da década de 90, e os retornos no mercado se desequilibraram.  Eu testemunhei clientes institucionais sofisticados inferindo:  "Agora que a Nasdaq subiu 90%, posso me aposentar em três, e não em quinze anos".  Todos esqueceram das questões testadas e comprovadas da alocação de ativos.  Eles se esqueceram da sabedoria de tirar uma parte do dinheiro da banca depois de ganhar os lucros.  Muitas pessoas ainda não estão prontas para retornar.  É provável que não voltem até que a dor de estar fora do mercado fique insuportável.  quando o mercado está estável, as pessoas não acham que perderão alguma coisa se permanecerem na audiência.  Mas, se você observar os acontecimentos de 2003 a 2007 de forma mais ampla, verá que perdeu ao ficar de fora.  O problema é que queremos coisas demais e rápido demais.  Assim, é difícil se distanciar e perceber que se trata de um processo, não de um bilhete de loteria, e que é necessário entrar no jogo de longo prazo.

Fonte: O melhor conselho sobre investimentos que já recebi  / Liz Claman;  tradução Cristina Yamagami - São Paulo:  Larousse do Brasil, 2007 ( Título Original:  The best investment advice I ever received)









Nenhum comentário:

Postar um comentário