Porque investidores aguardam por uma oferta melhor num
carro, mas quando se trata de ações eles não conseguem esperar?
Eu sou um
investidor em valor, mas se você olhar a minha carteira, vai coçar a cabeça e
ficar sem entender nada. Eu gostaria de usar o resto dessa coluna para dividir com vocês meus pensamentos sobre investimento em valor,
especialmente quando se aplicar à nova economia.
De uma
maneira bem superficial, investimento em valor quer dizer tentar comprar uma
ação (ou outro ativo financeiro qualquer) por menos que ele vale. Neste caso,
“vale” não é quanto uma outra pessoa poderia querer pagar pela sua ação amanhã
ou no próximo mês – isto é o “investimento do mais idiota”. Ao invés disso, "o valor de uma companhia (ou qualquer
parcela desta companhia, que pode ser, é claro, uma ação dessa companhia) vale,
nem mais nem menos, que o dinheiro que pode ser extraído desse negócio,
descontado para os dias de hoje."
Um
conceito muito simples e óbvio: comprar uma coisa por menos que ela vale:
Charlie Munger descreveu isso da melhor forma possível na reunião anual da
Berkshire Hathaway em 2010: "Qualquer forma de investimento inteligente
é investimento em valor”. O que todo mundo faz quando vai comprar alguma coisa
é procurar por pechinchas, certo? Quantas pessoas vocês conhece que entram numa
revendedora de automóveis e falam: “Eu quero comprar seu carro mais popular, a
qualquer preço. Aliás, se o preço tiver dobrado a poucos dias eu vou preferir?”
Da mesma maneira, porquê alguém deveria evitar comprar se o vendedor tivesse dando
um desconto de 25%? E, quantas pessoas iriam comprar um carro baseado nas
opiniões de um estranho, sem fazer a sua própria pesquisa?
Então porque tantas pessoas se comportam exatamente dessa maneira quando se trata de comprar ações? A resposta, no meu ponto de vista, se encontra no âmbito da psicologia - a crença que a massa está sempre certa, e o conforto de agir de acordo com que as outras pessoas estão falando. Existe, também, a compulsão pela jogatina e a esperança de obter um resultado melhor. Outro fator que devemos levar em consideração é que o processo de avaliação é meio confuso. É difícil prever possíveis cenários e probabilidades para estimar os fluxos de caixa futuros de uma companhia, mas isso não é desculpa. Se você não possui os três Ts -Tempo, Treinamento e Temperamento, que são os três requisitos essenciais para se garimpar ações direito, é melhor você investir por intermédio de fundos mútuos (ou, melhor ainda, em fundos indexados).
Então porque tantas pessoas se comportam exatamente dessa maneira quando se trata de comprar ações? A resposta, no meu ponto de vista, se encontra no âmbito da psicologia - a crença que a massa está sempre certa, e o conforto de agir de acordo com que as outras pessoas estão falando. Existe, também, a compulsão pela jogatina e a esperança de obter um resultado melhor. Outro fator que devemos levar em consideração é que o processo de avaliação é meio confuso. É difícil prever possíveis cenários e probabilidades para estimar os fluxos de caixa futuros de uma companhia, mas isso não é desculpa. Se você não possui os três Ts -Tempo, Treinamento e Temperamento, que são os três requisitos essenciais para se garimpar ações direito, é melhor você investir por intermédio de fundos mútuos (ou, melhor ainda, em fundos indexados).
Acho que é um sinal dos tempos, o
fato desse ponto de vista ser considerado por alguns como controverso ou
petulante. De qualquer forma, eu daria o
mesmo conselho caso vocês fossem enfrentar qualquer outro tipo de desafio:
pilotar um avião, dar aulas, começar um negócio, construir uma casa, seja lá o
que fosse. Mas, quando se trata de investimento, as pessoas são bombardeadas
com informações de que devem se atirar no mercado de cabeça e comprar ações
e, é claro, sem que se faça qualquer
menção sobre os riscos envolvidos ou das habilidades necessárias para se
investir corretamente.
Muitas
pessoas pensam que value investing quer dizer comprar companhias ordinárias com
um P/L de apenas um dígito. Enquanto alguns investidores voltados para o valor
caíram nessa armadilha, eu me sinto cético em achar que não existe valor de
verdade em companhias vendendo a baixos múltiplos, mas que não estejam com suas
finanças em dia e que tenham fracas perspectivas futuras. Na sua penúltima carta anual (2012), Buffet escreveu: "Se tivéssemos que fazer uma
opção entre um negócio questionável a um preço confortável ou um negócio
confortável a um preço questionável, nós preferiríamos, sem sobra de dúvidas, o
último. Mas, o que realmente chama a nossa atenção, é um negócio confortável
com um preço confortável."
O value
investing não é, também, não correr riscos. Se a recompensa potencial for muito
grande, até o risco de perder tudo é aceitável. Por exemplo, qualquer
investidor em valor que eu conheço sairia correndo para investir, pelo menos
uma pequena parcela de seus fundos, em um jogo de cara ou coroa em que a coroa
pagasse cinco vezes a aposta, mas a cara acarretasse em perda total. Infelizmente muitas pessoas
sofrem riscos enormes, muitas vezes sem saber, comprando ações nas alturas, na
crença de que estão fazendo uma aposta quando, na verdade, suas chances reais
são muito pequenas.
Isto não
que dizer que o Value Investing exclua todas as empresas cujo o P/L alto, embora eu ache que muito poucos negócios de qualquer
tamanho podem estar sub-avaliados se estiverem sendo negociados acima de 30x os
lucros e, certamente, acima de 50x. Por exemplo, se eu comprar MDIA3 a um P/L aproximado de 25x. Isso pode não parecer uma barganha,
mas, suponha que eu possa sentir que essa companhia excepcional poderá, com o passar dos anos,
gerar dinheiro o suficiente para justificar o preço pago. Apesar da sua perda
de fôlego recente, minha opinião poderia ser válida, mas a empresa precisa ter crescimento alto do lucro líquido para compensar o alto P/L.
Eu não acredito que o value investig impeça você de comprar
ações de empresas de tecnologia. Embora Buffett seja famoso pela sua aversão a
esse tipo de ação ele não nega que
possam existir pechinchas maravilhosas nesse setor. Ele fala:
" - Eu não quero entrar num jogo em que o outro cara leve vantagem. Eu
posso passar o ano todo pensando só em tecnologia que eu ainda não serei nem o
100º, 1.000º, ou até mesmo o 10.000º
cara mais esperto no pais para analisar esse tipo de negócio. Na
verdade, existe uns três ou quatro palmos de coisas que eu não consigo
entender. Existem pessoas que conseguem, mas eu não consigo. Pessoas diferentes
entendem negócios diferentes. O importante é saber que tipo de negócio você
entende e, então, operar dentro do seu círculo de competência. " (encontro
anual de 1998)
Eu aconselho vocês a pensarem no seu ciclo de competência. Entendê-lo, e não ir além dele,
este é o elemento mais crítico de um investimento de sucesso. Outro elemento
crítico é se a firma possui uma vantagem competitiva sustentável.
Value Investing é um conceito muito simples na teoria, mas muito difícil na
prática. O mercado, mesmo com todos os seus problemas, tem a tendência de ser
bem eficiente a maior parte do tempo. Dessa forma, encontrar ações
sub-avaliadas não é tarefa fácil. Mas este tipo de abordagem, se seguido
corretamente, oferece as maiores chances de ganhos substanciais no longo-prazo
em diversos mercados e ainda oferece proteção contra perdas permanentes e
significativas.
Concordo com tudo que está escrito, porém também penso que quando o IBOV está em tendência de alta, até a TOYB3 dá lucro... kkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirA TOYB3 não dá lucro com o IBOV em alta, ela somente aumenta a cotação, o que é completamente diferente.
ExcluirNa verdade nunca deu lucro.
Se compara lucro com oscilação de curto prazo, eu sinto por você.