Decidir quando vender é a decisão mais difícil. Infelizmente, é muito mais fácil se apaixonar pelas ações no seu portfólio. Você deve se lembrar de que suas ações representam uma empresa e se o negócio subjacente não está tendo um bom desempenho agora, e você não vê nenhuma curva ascendente no horizonte, deve se separar delas.
As ações a seguir estão sobreprecificadas pelo mercado. Isto é, se tu comprares a preço de hoje e esperares 10 anos, vais ter um retorno menor do que os aluguéis de um bom Fundo de Investimento Imobiliário (que estão na faixa de 8% a.a). São empresas excelentes, com as melhores governanças corporativas do mercado, mas pecam pelo fato de que não vão te dar retorno melhor que os Fundos Imobiliários se adquirires no patamar de preços atuais. Tudo indica que o Mercado esta corrigindo estes preços para equilibrar a relação DY e Crescimento. Basta olhar a NATURA que saiu de patamares de R$ 59,00 há 2 anos e hoje está em R$ 39,00 e a Souza Cruz que cresceu demais durante os últimos anos e agora está corrigindo para um patamar realista.
Não adianta querer comprar a Souza Cruz a R$ 30,00 reais e achar que vais ter retorno bom em 10 anos. Vamos supor que a CRUZ3 continuasse no patamar de R$ 30,00: ela vai te dar o retorno do capital investido em 27 anos, e se corrigir o preço (o que é mais provável) para equilibrar a relação P/L, tu vais ter o retorno em 27 anos e o valor do teu patrimônio terá uma queda de 40% ou mais. Pense bem nisto. Reflita para não se arrepender depois. Mesmo nos atuais R$ 22,19 a Souza Cruz tende a descer até chegar a um patamar de equilíbrio que segundo a lei de mercado faz com que toda ação reflita ganhos semelhantes a outras em relação ao capital investido. E sobretudo, esqueça o passado. A CRUZ3 não vai trilhar o caminho de crescimento que trilhou nos últimos 10 anos onde quem comprou a ação lá atrás triplicou de valor. Não tem mais espaço para o crescimento de lucros da empresa que atualmente luta para manter o market share conquistado. (Isto se aplica somente a Souza Cruz).
1º LUGAR: SOUZA CRUZ (CRUZ3). PREÇO ATUAL: R$ 22,19 (MUITO ALTO)
2º LUGAR: NATURA (NATU3). PREÇO ATUAL: 39,86 (MUITO ALTO)
4º LUGAR: M DIAS BRANCO (MDIA3). PREÇO ATUAL: R$ 102,32 (MUITO ALTO)
5º LUGAR: TRACTEBEL (TBLE3). PREÇO ATUAL: R$ 36,31 (ALTO)
6º LUGAR: CIELO (CIEL3). PREÇO ATUAL: 65,18 (ALTO)
No ranking acima a TOP (CRUZ3) é a mais cara seguida gradativamente pelo 2º lugar e assim sucessivamente. A Curto prazo tudo pode acontecer, elas podem até dobrar de valor, mas a médio prazo a tendência é de buscar o equilíbrio. Todas elas são excelentes empresas, mas, sugiro que esperem um pouco. Não vale a pena se posicionar nestas empresas agora. Pois a Relação P/L sobre DY está muito alta. Tenha um pouco de paciência para poder alocar na carteira a um preço razoável.
Lembrem-se, empresas com P/L alto na faixa de 20 só se forem empresas de crescimento rápido pois é o fator que compensa o alto P/L e o baixo DY. Simulando: uma empresa com P/L igual a 20 e com crescimento de 25% ao ano te retornará o investimento em menos de 10 anos.
Lembrem-se, empresas com P/L alto na faixa de 20 só se forem empresas de crescimento rápido pois é o fator que compensa o alto P/L e o baixo DY. Simulando: uma empresa com P/L igual a 20 e com crescimento de 25% ao ano te retornará o investimento em menos de 10 anos.
Então é só vender tudo a descoberto e partir pro abraço?
ResponderExcluirNão, porque a curto prazo ela pode ir para qualquer direção, para cima ou para baixo. E se você fizer um trade de venda e ela começar a subir 10%, primeiro que vai mexer com seu psicológico, e segundo que se você não estiver coberto em dinheiro e a ação subir mais que isto, a corretora te stopa sozinha para não levar prejuízo, e aí você sai perdendo.
ResponderExcluirVocê não deve fazer termo nem na compra e nem na venda, pois todo o termo é uma alavancagem e tem prazo para acabar e o prazo é pequeno. Fiz uma operação de termo na compra com a EZTC uma vez quando o balanço dela veio com lucro 50% a mais em relação ao ano anterior. No dia seguinte ao balanço a ação começo a descer e desceu durante 5 semanas. 6 semanas após o corretor me ligou dizendo que se eu quisesse continuar na operação minhas ações ficariam em garantia, pois tinha ultrapassado o limite do meu dinheiro em caixa. Meu termo fui stopado pois eu não queria ter de vender minhas ações em carteira para aumentar a posição e eu amarguei um prejuízo de 3 % do meu patrimonio, que era o dinheiro que estava sobrando livre na corretora para mais compras. Somente 6 meses depois a ação começou a seguir os fundamentos e subir. Durante estes 6 meses o mercado ignorou o balanço da EZTEC.
Fala, IV!
ResponderExcluirVc fez a análise apenas por P/L? Não levou em consideração a questão de análise de preço justo? Afinal de contas, um P/L alto pode ser justificável.
[]s!
Concordo em parte com sua análise. Realmente estas são ações caras se considerar o P/L. Mas a precificação não é tão simples assim como somente verificar o P/L, conforme o dimarcinho apontou.
ResponderExcluirCielo, por exemplo, é uma ação que só sobe, apesar do alto P/L e parece que ainda tem muito gás para continuar subindo.
É uma estratégia investir em ações com baixo P/L, mas há suas exceções. Ambev, por exemplo, sempre foi considerada cara, não só nos últimos anos, mas sempre lucrou bastante e as cotações acompanharam.
Enfim, a prática é bem mais complexa que a teoria.
Vide meu comentário no Tópico Preço Baixo - Lições de Peter Lynch.
ResponderExcluirA análise não é feita sobre o P/L, mas sim sobre uma taxa que representa P/L sobre Taxa de crescimento dos lucros líquidos nos últimos 5 anos.
Se fosse somente P/L estaria indicando Banco do Brasil e GETI3
Você é gerente de alguma empresa?
ResponderExcluirOlá IV! O seu site é excelente e você posta artigos muito interessantes! Parabéns! Gostaria no entanto de fazer algumas ponderações. Devo lembrar que não se pode prever o futuro de uma empresa; Resultados passados não garantem e não têm nenhuma relação com o resultado futuro; Ao analisar uma empresa deve ser avaliado também a qualidade da sua administração e a sua credibilidade com os investidores (governança corporativa); É interessante por exemplo citar o exemplo da Ambev. Essa ação por muitos anos, e ainda hoje se comporta dessa forma, sempre teve o seu preço "esticado", sendo considerada como "cara" pelo mercado, dando brecha para aquisição baseada no investimento em valor somente na crise de 2008. No entanto a Ambev foi uma das empresas que têm dado maior retorno ao acionista no mercado de ações brasileiro.
ResponderExcluirSalientei essas observações não com intuito de discordar do seu post, mas a fim de que as informações passadas por você devem ser utilizadas como uma ferramenta adicional para a avaliação de uma empresa.
Grande abraço e parabéns pelo blog!
Ciclista Investidor