domingo, 1 de junho de 2014

NÃO É NECESSÁRIO EXORCIZAR UMA SUPERSTIÇÃO, PODEMOS CURTI-LA, DESDE QUE ELA CONHEÇA O SEU LUGAR - EXTRAÍDO DO LIVRO "OS AXIOMAS DE ZURIQUE"











A maioria de nós carrega consigo algumas superstições. Mesmo que não sejamos devotos em tempo integral de alguma linha ocultista como a astrologia, andamos sempre com amuletos e temos aversão ao 13. Conforme já vimos, qualquer crença religiosa, mística ou supersticiosa pode representar grave risco a quem quiser ficar rico.




Porém, se você tem algumas dessas crenças, inteira ou pela metade, não há a menor necessidade de embarcar em nenhum trabalhoso programa para livrar-se dela. De qualquer forma, esses programas não dão certo. Se não gosta de passar embaixo de escadas, não gosta e pronto. Em vez de tentar exorcizar isto, o que tem que fazer é descobrir como e quando esse dado pode desempenhar um papel razoável na sua vida financeira.




Será um papel absolutamente menor, trivial. Porém, você realmente gosta desse seu lado místico, ou quase místico, e ao menos poderá mantê-lo como uma espécie de bichinho de estimação.

A partir daqui, de tempos em tempos usarei a palavra ‘’superstição’’. Sem sarcasmo ou reprovação. O que para mim é superstição pode ser religião para você, e vice-versa. Conforme usado aqui, ‘’superstição’’ quer dizer crença num sobrenatural, não partilhada por todo mundo.

Existe um modo de permitir que uma superstição invada a sua vida financeira, e existe um tempo certo de fazê-lo. Um de cada, e somente um. Todos os demais modos e tempos podem levá-lo ao desastre.

O modo de fazê-lo é rindo.

O tempo de fazê-lo é quando se encontra numa situação que não se presta, de modo algum, à análise racional.  Exemplo: escolher um número para comprar um bilhete ou jogar no bicho. Qualquer um serve, são todos iguais. Não há análise a fazer. Nenhum volume de cogitação lhe dará a mais microscópica vantagem sobre os demais jogadores. O resultado será determinado por pura sorte. Já observamos a imensidão do papel que a sorte desempenha em outras situações envolvendo dinheiro - a Bolsa de Valores, por exemplo. Mas, pelo menos aí temos uma oportunidade de pensar um pouco, de usar um pouco a cabeça, a intuição na luta por vantagens especulativas. Nos jogos onde só nos cabe escolher um número, nem isto.




O que fazer então? Só há uma coisa a fazer: relaxar. Divertir-se um pouco. Ponha um sorriso nos lábios – é importantíssimo jamais levar nada disso à sério - e deixe a sua superstiçãozinha tomar conta do negócio.

Charles Keliner, de Hillsdale, Nova Jersey, é um que  encara esta numa boa. O seu dinheiro está em imóveis, num restaurante e em outros negócios. No que se refere a isto, não há superstição que entre nas suas cogitações. Quando compra bilhetes de loteria, porém, baseia-se em algo que, às gargalhadas, admite ser muito estranho: em palpites sonhados.

Na loteria de Nova Jersey, você tem que acertar um número de três dígitos. O bilhete custa 50 cents, o prêmio é de 500 dólares. Havia algum tempo que Kellner, sem sucesso, vinha comprando bilhetes. Uma noite, o número da sua casa, 283, apareceu na trama do seu sonho e, ao acordar, ficou na sua cabeça. Não soube explicar por que. Não era nenhum número especial para ele. De brincadeira, naquele dia comprou o número na loteria e, louvados sejam os astros, faturou 500 dólares.

Poucas semanas depois, tornou a sonhar, desta vez com a mãe. De novo só de brincadeira, no dia seguinte apostou no número da casa onde ela morava. Ganhou de novo.

- Ele é o sonhador dos três dígitos - diz Dolores, sua mulher. - Eu vou é enchê-lo de comprimidos para dormir. Dormindo, ganha mais por hora do que jamais ganhou acordado.






Charles Kellner se diverte demais com os seus palpites noturnos. Desempenham um papel absolutamente inconseqüente na sua vida financeira. Ele deixa que tais palpites se intrometam somente quando está jogando, e apenas em situações que não permitem, absolutamente, qualquer cálculo racional.

Não sendo supersticioso, Charles não acredita que realmente possua qualquer habilidade mágica de gerar sonhos proféticos. Mas, mesmo que acreditasse, ainda que tivesse a remota idéia de que isto pudesse ser verdade, não faria a menor diferença nas suas finanças. Usando a sua superstição do modo certo, na hora certa, ele se diverte e livra-se dela.

Estratégia Especulativa

Vamos dar uma revisada no 8º Grande Axioma. O que tem a dizer sobre dinheiro, religião e ocultismo? Basicamente, diz que dinheiro e o sobrenatural fazem uma mistura perigosa, que pode explodir na sua mão.

Mantenha os dois mundos bem separados. Não há a menor prova de que Deus se interesse pelo seu saldo bancário; tampouco existem indícios de que alguma crença ou prática ocultista tenha produzido, de forma coerente, bons resultados financeiros para os seus devotos. O máximo que já aconteceu foi alguém, ocasional e isoladamente, acertar uma vez na mosca. Isto costuma chamar muita atenção, mas só prova que golpes de sorte acontecem.

Esperar ajuda de Deus, do oculto ou de poderes mentais é não apenas inútil, é perigoso. pode acabar por levá-lo a um estado de graça, sem preocupações, o que, conforme já vimos, é um péssimo estado para um especulador. Zelando pelo seu dinheiro, parta do princípio de que está absolutamente só. Apoie-se exclusivamente nos seus próprios talentos.



















Um comentário:

  1. O jogo não é somente sorte, as chances de um apostador que escolhe as dezenas de forma aleatória, são muito menores que aquele que estuda combinações e fechamentos.

    ResponderExcluir