Em meio a uma tempestade no setor
imobiliário, a Eztec virou ponto fora curva e ganha dinheiro com a incorporação
e a construção de residências.
As incorporadoras de imóveis viraram uma
espécie de “patinho feio” no mercado financeiro. Se muitas das grandes empresas do setor não
conseguiram registrar lucros consistentes nem mesmo durante o boom brasileiro deste século, imagine
agora que a economia embicou para baixo, os juros subiram, os imóveis já não
cabem no bolso da maioria da população e este governo incompetente não tem mais
recursos para aumentar indefinidamente os subsídios à aquisição de
residências. Mas há uma diferença
significativa entre as incorporadoras e outros setores em que é muito difícil
ganhar dinheiro, como o de companhias aéreas.
No segmento imobiliário, há, sim, empresas que apresentam lucros
polpudos e consistentes – gerando alegrias aos acionistas.
O grande exemplo é a Eztec. Enquanto as ações da Brookfield, da Rossi, e da PDG tiveram, em 2013, desvalorizações de 66%, 55% e 45%,
respectivamente, as ações da Eztec avançaram 13,4% no período. Os ganhos foram colhidos em um ano em que o
Ibovespa, como um todo, recuou 15,5%. A
Eztec, na verdade, vem de uma sequencia de valorizações impressionantes. O papel chegou a ser negociado por R$ 1,71 em
2008, no auge da crise do subprime. Já
no fechamento de sexta feira, a ação valia R$ 23,26, uma alta de mais de 1.400%
em cinco anos e meio. De acordo com
Emílio Fugazza, diretor de relações com investidores da companhia, a
valorização da bolsa reflete o crescimento das vendas. Em 2013, os lançamentos aumentaram 70%
enquanto as vendas subiram 80%.
Mas qual é o segredo para crescer em um
mercado tão difícil? A Eztec tem algum
tipo de monopólio que lhe permite cobrar preços maiores que a
concorrência? Pelo contrário. Assim como centenas de rivais, a empresa
constrói imóveis residenciais e corporativos na cidade de São Paulo e na região
metropolitana. A diferença é que a Eztec
estabeleceu, desde a fundação em 1979, que só construiria imóveis para classe
média-alta paulistana. Outra diferença é
que a empresa procura comprar terrenos apenas com o caixa gerado por outros
empreendimentos. Se por um lado, isso
pode obrigar a Eztec a crescer a um ritmo mais lento que o de concorrentes que
se endividam, por outro, o risco de a empresa passar por apertos financeiros é
bem menor. A somatória de tudo isso é
uma companhia que está crescendo de forma saudável. Os investidores sabem que, dentro da
administração atual, existe conservadorismo e tranquilidade para lançar e
vender somente o que de fato a empresa tem capacidade de executar.
Ernesto Zarzur - Presidente da Eztec
O maior temor do mercado em relação à Eztec,
na verdade, é que o preço da ação já esteja alto demais. Quase todas as incorporadoras da Bolsa
negociam abaixo do valor patrimonial – ou seja, as ações estão descontadas em
relação ao custo para criar uma empresa igual.
Já a Eztec chegou a ser negociada recentemente a duas vezes o valor
patrimonial. Os investidores portanto,
pagam um prêmio para ter a Eztec na carteira ao invés de aplicar o dinheiro em
outras incorporadoras. Mas porque tanta
gente bem informada aceita comprar o papel por um preço comparativamente tão
elevado?
O segredo é a rentabilidade. De 2007 a 2012, o retorno sobre o patrimônio
líquido da Eztec foi em média de 24%. No
ano passado, o retorno subiu para 35%, um percentual superior ao de bancos
tidos como excelentes no mercado, como Bradesco e Itaú. Em um país onde a taxa básica de juros está
ao redor de 11%, o investidor que colocou dinheiro na Eztec lá atrás, quando a
empresa era negociada próxima ao valor patrimonial, obtém hoje um retorno
superior ao triplo da Selic. Essa é a
justificativa para o prêmio da ação. E
afirmo que o atual preço está barato em relação ao potencial de crescimento
futuro da empresa.
EZ Towers
Manter um retorno de 35% por um longo período
de tempo, no entanto, pode não ser tão simples.
Em janeiro de 2013, a Eztec vendeu uma das torres do empreendimento EZ Towers, na avenida Chucri Zaidan, na zona sul de São Paulo, por R$ 564 milhões
para a São Carlos, uma empresa de locação de imóveis que tem ações negociadas na
Bovespa. O valor do negócio foi tão
vantajoso para a empresa que será suficiente para a construção das duas torres
do empreendimento. A primeira delas será
entregue à São Carlos neste ano enquanto a outra ficará pronta em 2015. A Eztec já se pronunciou que não tem pressa
em vender a segunda torre que tem potencial para manter o retorno da empresa em
patamares bem elevados.
Emílio Fugazza - Diretor RI da Eztec
“Considerando que não temos problemas de
fluxo de caixa, a segunda torre pode aguardar, para assim fazermos o melhor
negócio possível para nossos acionistas.
No ano que vem, depois que ela ficar pronta, haverá maior visibilidade
para o mercado” Emílio Fugazza
interessante
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