Os comentaristas financeiros costumam fazer uma
distinção entre carteiras construídas com o objetivo de crescimento (growth) das
carteiras com o objetivo de renda (income).
Nestas carteiras é esperado que:
O crescimento de capital venha de ações, e a renda
venha dos dividendos de ações e de pagamentos fixos, vindos dos juros de renda
fixa ou debêntures.
A fronteira entre as duas formas de investimento
não é tão delimitada quanto se possa imaginar. Uma interpretação equivocada
poderá conduzir a erros perigosos na administração de carteiras.
O que é certo é que:
O objetivo principal de qualquer carteira é fazer o
dinheiro crescer, consistentemente, o mais rápido possível; de uma forma
compatível com o nível de risco assumido;
E também:
E também:
Que o objetivo final de qualquer carteira é
produzir renda para seu dono ou seus beneficiários.
A Renda pode ser empregada para se conseguir
crescimento. Investidores “em valor”
podem muito bem comprar papéis com alto “Dividend Yeld” (e baixo P/L) por
acreditarem que estes papéis podem vir a oferecer bons ganhos de capital quando
comparados à papéis de crescimento (normalmente com alto P/L), já bem
valorizados pelo Mercado. Os dividendos podem, também, serem empregados para a
compra de mais ações enquanto aguardando por uma subida ou uma reavaliação pelo
Mercado.
Em certas circunstâncias, investidores “em valor” podem também comprar
debêntures ou investimentos de renda fixa (ou títulos do Governo) para produzir
ganhos de capital. Eles podem estar com a percepção de que a inflação está em
vias de cair francamente, aumentando desta forma o valor na renda fixa. Se
você pensa em garantir sua renda após a aposentadoria transformando toda a
sua carteira em renda fixa, você pode estar com grande chance de ver seu padrão
de vida cair. Sua renda será fixa, mas a inflação poderá continuar a crescer
pelo resto de sua vida – e isto pode perdurar por décadas.
A maneira correta de preservar a seu rendimento é
garantir que sua carteira crescerá continuamente protegida da inflação. Para
conseguir isto, você poderá converter de 1/3 a ¼ de sua carteira em renda fixa (ou títulos do
Governo), conservando o resto em ações.
Pessoalmente, considero os Fundos Imobiliários uma alternativa
muito melhor que a renda fixa, pois o principal está literalmente protegido da
inflação, enquanto que a renda fixa está indexada a índices oficiais (que são manipuláveis) e com
isso o seu dinheiro pode acabar sendo corroído ao longo das décadas.
Na teoria poderia-se pensar em investir a carteira
completamente em ações desprezando-se a renda fixa. As ações iriam teoricamente
valorizando-se e, toda vez que você necessitasse de renda, bastaria vender uma
pequena parte de suas ações com parcimônia. Só, que neste caso, o perigo seria
ver o valor de todos os seus papéis caírem em um mercado de baixa, e você ter
que reduzir a sua renda dramaticamente (pois ela é decorrente da venda de
papéis) e consequentemente o seu padrão de vida, de maneira a preservar o valor
de seu capital residual.
Então, antes de fazer decisões radicais entre
crescimento e renda lembre-se:
Os investimentos em crescimento tem uma importância
muito grande nas carteiras de renda.
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