JOHN NEFF - À DIREITA NA FOTO
JOHN NEFF
Descrição do Trabalho:
John Neff era administrador do Fundo Vanguard
Windsor, até sua recente aposentadoria, quando passou a ser administrado pelo
Vanguard Mutual de Chicago, Illinois, USA.
Estilo de Investimento:
Investidor em valor radical, procurando adquirir
companhias com crescimento moderado e pagamento de grandes dividendos, enquanto
“fora-de-moda”, vendendo-as quando chegam ao seu valor intrínseco.
Perfil:
Neff é conhecido como o “profissional dos
profissionais”, porquê diversos administradores de fundos confiaram seus recursos
a ele na crença de que estariam em mãos seguras. Essa confiança foi justificada
pela seu resultado excepcional, ano após ano. Por mais de 30 anos o fundo
Windsor manteve-se, constantemente, no topo da lista de fundos americanos com
5% melhor performance.
Neff estudou marketing industrial, mas freqüentava
aulas noturnas para conseguir uma graduação em finanças. Em 1954 tornou-se
analista de investimentos do National City Bank of Cleveland. Tanto no Banco
como na sua próxima firma, a Wellington Management, desenvolveu um estilo de
investimento baseado em valor, modelado nas lições aprendida de Ben
Graham. Neff aplicou seus conhecimentos em três fundos de patrimônio e
dividendos - Windsor, Gemini e Qualified Dividend – com resultados
espetaculares até a sua aposentadoria em 1995.
Um homem destemido encorajava sempre seus colegas a
colaborar nas suas decisões. Neff nunca procurou por publicidade em sua
carreira da mesma forma que muitos outros administradores de fundos cinco
estrelas. A partir da publicação de suas memórias - John
Neff on Investing - ele
conseguiu o amplo reconhecimento que merece.
Retornos de longo prazo:
O retorno médio obtido pelo Windsor Fund durante os
32 anos de administração de Neff foi de 13,7%, contra um retorno médio de 10,6%
do índice S&P500.
Maior sucesso:
Neff investiu uma grande parcela do seu fundo na
Ford em 1984, quando todos pensaram que ela poderia falir e o P/L despencou
para 2,5. Ele pagou um preço médio de USD 14. Em 3 anos, o preço subiu para 50,
fazendo o Fundo Windsor lucrar 500 milhões de dólares.
Métodos e estratégias:
Neff descreve a si mesmo como um investidor em
“Preço-Lucro baixo”. Ele procura por ações que estejam baratas em relação à
soma do crescimento em lucros + Dividend Yeld. Ele chama a isso de “relação terminal” ou, no popular,
“quanto se leva pelo que se paga”. Você também pode chamar isto de índice GYP
(Crescimento + Yeld de Dividendos ÷ P/L): Crescimento de Lucro + Dividend
Yield ÷ índice P/L (Uma relação inversa ao PEG)
Neff recomenda que se compare o índice GYP de seu
papel ou de sua carteira com o do Mercado.
Exemplo: Previsão da taxa de crescimento de lucro medida em
lucro por ação (%) mais o dividend Yeld previsto dividido pelo índice
P/L previsto
= (7 + 5) ÷ 10= um GYP de 1,2
Previsão da taxa de crescimento de lucro médio do
Mercado em lucro por ação (%) mais o dividend yeld médio previsto do Mercado
dividido pela índice P/L médio previsto para o Mercado
= (15 + 2) ÷ 28= um GYP de 0,6
Baseado nos números acima chegamos a conclusão que
sua carteira deve estar duas vezes mais atrativa que o Mercado (isto é apenas
um exemplo, a relação entre os índices reais deve ficar muito mais
próxima).
Evite introduzir na sua carteira papéis que reduzam
significativamente sua atratividade, quando comparada com os índices do
Mercado. Ao invés disto, estabeleça um preço objetivo que represente o seu GYP
antes da compra da ação e espere o papel cair até aquele preço.
Se duas companhias apresentam um retorno de 14%,
mas a companhia “A” apresenta 14% de crescimento e nenhum dividendo, e a
companhia “B” apresenta um crescimento de lucro de 7% mais um Dividend Yeld de 7% é melhor escolher a
Companhia “B”, porquê o dividendo faz com que o resultado seja mais
previsível.
" - O problema potencial com o índice PEG é que quando usamos o índice PEG, estamos implicitamente considerando que à medida que a taxa de crescimento dobra, o índice P/L também dobra e, se a taxa de crescimento for reduzida à metade, o índice P/L também o será. Em outras palavras, consideramos que existe uma relação linear entre o índice P/L e a taxa de crescimento esperado, o que claramente, não é verdade. Para ver por que, considere o que aconteceria com o índice P/L se a taxa de crescimento esperado for reduzida a zero. Se tivermos uma empresa que apresente um dólar de lucro e este dólar seja pago sob forma de dividendos, e, ainda, se esperamos que este dólar em dividendo nos seja pago para o resto da vida, ainda assim estaríamos dispostos a pagar um preço pelas suas ações. Em outras palavras, o seu índice P/L não cai a zero. Por outro lado, veríamos que os índices P/L aumentam à medida que o índice de crescimento esperado aumenta, porém a uma taxa decrescente. Em outras palavras, o índice P/L varia muito mais quando a taxa de crescimento esperado passa de 3% para 4% do que quando o crescimento passa de 23% para 24%. Mais uma vez, o efeito da variação da taxa de crescimento sobre os índices PEG pode ser mostrado de duas formas. Usando o mesmo raciocínio empregado para examinar a relação entre os índices PEG e o risco, calculamos o índice PEG de uma empresa hipotética à medida que a taxa de crescimento esperado variava durante sua fase de alto-crescimento.
O índice PEG é maior quando a taxa de crescimento esperado é baixa, e é menor quando taxas de crescimento esperado são mais altas. Claramente, o problema é maior quando se está comparando empresas de alto crescimento com empresas de baixo crescimento, porque os índices PEG serão subestimados no caso das primeiras e superestimado no caso das segundas. O problema é menos grave se estivermos comparando índices PEG de empresas com altos índices de crescimento, caso em que este efeito é amenizado.
Em suma, a escolha de ações com base em baixos índices PEG pode conduzir-nos a uma carteira de ações de alto risco e alto crescimento que não estejam sub-avaliadas. É possível corrigir estes erros? Podemos fazer este ajuste para o risco ou considerando-o como um fator em separado (e, neste caso, escolheremos ações com baixo índice PEG e baixo risco) ou ajustando o próprio índice PEG. Ciente do viés potencial do índice PEG em direção ao risco, modificamos este índice incluindo o rendimento de dividendos no denominador. Com isto, criamos um novo índice:
GYP (Fórmula de Neff) = (Taxa de Crescimento + Rendimento de Dividendos) / P/L "
Seguindo estes princípios, Neff manteve-se fiel a
seu estilo de investimento, baseado em 7
critérios de seleção:
- Baixo índice P/L;
- Crescimento de lucro
superior a 7%;
- Dividendos
confiáveis e, preferencialmente, ascendentes;
- Um retorno bem maior
que a média (Crescimento + Dividend Yeld) em relação ao índice P/L. (Fórmula de Neff)
- Nenhuma exposição a
resultados cíclicos sem um índice P/L baixo que o compense;
- Companhias sólidas em atividades de crescimento.
- Fundamentos sólidos para investimento;
" - Um bom lugar para se procurar por idéias são as
cotações de ações em jornais de finanças que atingiram novos patamares baixos.
Muitas, para não dizer quase todas, são investimentos medíocres. Mas, algumas
vezes, papéis de companhias excelentes caem para preços muito baixos, devido a
más notícias."
Aplique o teste dos 7 critérios da seleção para ver se elas
passam no critério. (Neff chama isto de teste
do “Humm algumas companhias que eu não esperava ver nesta lista produzem
um “Hummmmm" bem alto) .
Não procure por ações de crescimento plenamente
reconhecidas pelo Mercado. Seus P/L são
puxados para cima a níveis ridiculamente altos. Isto aumenta o risco de um
colapso repentino no preço da ação.
Mantenha-se firme a sua estratégia de venda, ou
você corre o risco de perder todo seu lucro.
Existem duas razões básicas para venda:
Quando os
fundamentos se deterioram; ou quando o preço chegar ao
valor que você estipulou. O fundamental é ficar de olho nas perspectivas de
lucro e na taxa de crescimento dos últimos 5 anos. Se elas começarem a
derrapar, venda de uma vez.
Preste mais atenção ao índice GYP (Fórmula de Neff) da sua carteira
do que do Mercado. Mas, se o Mercado ficar tão caro que você não consiga
encontrar novas compras que valham a pena é admissível converter 20% da sua
carteira em dinheiro até que novas oportunidades apareçam.
Citações:
" Os melhores lucros são efetuados após períodos de pânico. "
"Ações
com taxas de crescimento excepcionais e com baixo índice P/L podem produzir uma
expansão de P/L enorme carregando muito menos risco do que as ações de
crescimento”.
"Como
um investidor em baixo P/L você tem que entender as idiossincrasias do Mercado
e descobrir as diferenças entre ações que estão sendo vendidas baratas das
ações com perspectivas muito ruins”.
"Um
aumento de dividendos deve ser encarado como um ‘algo mais’“. Um ‘algo mais’ é
o rendimento extra que os investidores recebem acima das suas expectativas
iniciais. Uma das observações mais inteligentes de Ben Franklin oferece um
paralelo: “aquele que espera por uma fortuna, nunca terá certeza de um jantar”.
Essa é a forma como eu vejo: “um Dividend Yeld superior, deixa você saboreando
uma entrada enquanto espera pelo prato principal”.
"Muitas
pessoas mantém ações por um longo tempo pela grande excitação que elas
produzem, particularmente quando alguém levanta uma posição contrária a sua. Se
elas vendem perdem o direito de reclamar”.
APLICANDO A FÓRMULA DE NEFF AS NOSSAS BOAS AÇÕES
TABELA FÓRMULA DE NEFF
Lembre-se: A Fórmula de Neff é o inverso do Índice PEG. Enquanto que no PEG o menor valor era indicativo de ação barata na Fórmula de Neff é o oposto. Quanto mais alto o valor na Fórmula de Neff mais barata está a ação.
Vejam como se invertem (as correções mencionadas pelo NEFF no texto acima) a posição de algumas ações. A GETI3 que na tabela PEG estaria abaixo da BEMA3 e ETER3, agora passou as duas e se coloca numa posição melhor (Está aí o peso dos dividendos contrabalançando, como mencionou NEFF). O mesmo acontece com o BBDC3 e a CMIG3 que passam a ocupar algumas posições mais embaixo no ranking de ações mais baratas.
Quando faço compras utilizando a Fórmula de Neff, eu (Investidor em Valor) adquiro apenas ações que estão com o valor acima de 10.
Vejam como se invertem (as correções mencionadas pelo NEFF no texto acima) a posição de algumas ações. A GETI3 que na tabela PEG estaria abaixo da BEMA3 e ETER3, agora passou as duas e se coloca numa posição melhor (Está aí o peso dos dividendos contrabalançando, como mencionou NEFF). O mesmo acontece com o BBDC3 e a CMIG3 que passam a ocupar algumas posições mais embaixo no ranking de ações mais baratas.
Quando faço compras utilizando a Fórmula de Neff, eu (Investidor em Valor) adquiro apenas ações que estão com o valor acima de 10.
TABELA FÓRMULA DE NEFF
Excelente post!! Lembra a forma de WB, e faz total sentido.
ResponderExcluirNos lucramos na compra e não na venda, temos de comprar açoes com um valor bom! ``barato`` para o que é.
Interessante..
abaço
Sensacional... Cara, puta post! Parabéns!
ResponderExcluirFaça um destes sempre.
Abraços!
Se possível, poderia incluir estas empresas nesta tabela em análise futura?
ResponderExcluirBVMF3
PETR3
SBSP3
VALE3
Parabens pelo post. otimo
ResponderExcluirExcelente Blog IV,!!!
ResponderExcluircomprei o livro do Barzine devido a esta sua postagem e agora será o do Neff! : )
forte abraço
VI que achas de fazer duas carteiras hipotéticas, uma seguindo bazin e outra Neff?
ResponderExcluirseria interessante acompanhar e correlacionar com o bovespa
Bazin se baseou na década de 70 em dividendos para comprar suas ações. Uma "baseação" totalmente equivocada, mas naquela época pouco se sabia do mercado de ações, a não ser a idéia comum que se passava a todos de que era um mercado onde você lucrava comprando barato e vendendo caro. Um pouco do que era a Filosofia do Bazin você vê em Luiz Barsi que começou a investir naquela época também baseado nisso. Não é a toa que ele tem a Eletrobrás em grande conceito por lhe dar dividendos maiores de 10%, mas todos sabemos que esta empresa é uma bomba relógio. A Fórmula de Neff, pelo contrário é sofisticada e pondera três fatores para pesar a ação. Tem que se levar em conta também a análise setorial no qual o Buffett é Craque. Não é a toa que ele era chamado de Oráculo de Omaha, pois sabia que tipos de setores dão e não dão certo a longo prazo. Commodities é um deles. Vale do Rio Doce, o Buffett passa longe. A Totvs (Tecnologia) também. Além disso o Buffett odeia empresa que não baixa o seu índece Dívida/LL. É um tiro no pé. Não basta apenas ter lucros crescentes, como o Bastter fala. Olha a Eternit, a Natura, a Vale, a Multiplan. A Eternit cresceu durante 10 anos, mas nos últimos 4 o lucro vem decaindo. O que o Buffett diria? Você deveria saber que tal ou tal setor ou negócio não dura mais de 15 anos, ou tem vida curta, ou não se sustenta etc. Outro setor que o Buffett se mantem a kilometros é o setor Têxtil (A Hering é um exemplo de empresa de setor têxtil).
ResponderExcluirEu sou investidor em Renda Fixa e entendo mais ou menos o funcionamento da Renda Fixa tanto envolvendo empresas quanto títulos públicos. De renda variável não entendo nada. Hoje 24-07-2015, as ações caíram muito e sei que cenas fortes virão nos próximos meses. O que eu queria, com as quedas que estamos vendo e que ainda veremos na bolsa de valores é escolher empresas boas pensando nas próximas altas. Você tem postagens ensinando a analisar empresas na Bolsa? Seu blog é um dos melhores!!! Grande abraço.
ResponderExcluirTenho algumas postagens. Mas entre no Site do Bastter. www.bastter.com.br, e veja os vídeos do Bastter no youtube. Tem alguns que estão linkados a direita do meu Blog.
ExcluirVeja o Vídeo "Uma forma fácil de analisar balanços" do Bastter: https://www.youtube.com/watch?v=1ihUxi7xLwo&list=TLGkigjxyqfgv4UCQDnb3YoygL7lqo01Hh
ExcluirE depois veja os outros linkados a este, e aí você terá meio caminho andado.
Excelente post, grato a você por compartilhar.
ResponderExcluirÉ triste observar na blogosfera de finanças que um post fantástico como este tem menos comentários que diversos post banais em blogs banais.
Forte Abraço
SErá que existe esta planilha com a formula de neff com cotações atualizadas online?
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