Por
mais moderno que possa parecer, o conceito de planejamento financeiro é questão
discutida há bem mais tempo do que imaginamos. Quem já não ouviu falar na
alegre cigarra que cantarolava pela floresta durante o verão enquanto a formiga
diligente aproveitava para trabalhar duro e acumular comida para o inverno
rigoroso?
Com
a fábula A cigarra e a formiga, o escritor francês Jean de La Fontaine levantou,
já no século XVII, uma questão intrigante até hoje: ser previdente e trabalhar
de modo árduo, pensando sempre no futuro, ou viver o momento presente e curtir
a vida sem se preocupar com o amanhã?
A
mitologia grega também faz sua versão do dilema “previdente versus imprudente”.
Segundo uma das lendas, Prometeu e Epimeteu eram irmãos. O primeiro pensava
antes de agir, e o segundo agia antes de pensar.
Prometeu
era homem prudente, mas, segundo o mito, Zeus lhe impusera um castigo. Seu
fígado era comido por uma águia todos os dias e se reconstituía durante a noite
– um suplício que se repetia diariamente. Podemos dizer que, assim, a mitologia
retrata o castigo do previdente. As preocupações com o futuro, representadas
pelo fígado, tiravam o prazer de sua existência.
Já
Epimeteu era o oposto do irmão, se precipitava em agir sem levar em conta as
consequências. A mitologia diz que Epimeteu casou-se com Pandora, a primeira
mulher. Ao nascer, ela recebeu dos deuses uma caixa contendo todas as virtudes
do mundo e sua única obrigação era nunca abri-la. Uma vez casada com Epimeteu,
Pandora abriu a caixa, deixando escapar todas as qualidades que estavam dentro
dela, exceto uma: a esperança.
Essa
história dos antigos gregos nos instiga a pensar: será que devemos nos comportar
na vida como Prometeu ou como Epimeteu? Devemos ser previdentes
e suportar as agruras de sofrer por antecipação ou devemos nos encher de
esperança e acreditar que, no futuro, tudo se resolverá?
Os
imprevidentes adoram apontar a má sorte daqueles que se preocupam muito com o
futuro e acabam morrendo antes de poderem aproveitar suas poupanças.
Esquecem-se, porém, de apontar seus inúmeros colegas que, “por azar”, ficam
velhos e pobres, como cigarras que penam no inverno da vida.
Será
que não existe meio-termo entre Prometeu e Epimeteu? Entre a cigarra e a
formiga? Acreditamos que você pode facilmente poupar e ser previdente sem
deixar de aproveitar a vida. Pode dosar trabalho e lazer sem prejudicar seu
desempenho profissional.
“O segredo é poupar nos gastos que não
contribuem para sua qualidade de vida e fazer um bom planejamento financeiro.”
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