Pesquisas da Universidade de Princeton com 250 mil americanos, realizada
pelo economista A. Deaton e pelo psicólogo D. Kahneman, constatou que
dinheiro está ligado à felicidade das pessoas até o limite de 70 mil dólares
por ano. Acima disso, o aumento da renda não traz impacto no bem-estar emocional.
Ainda
assim, a maioria das pessoas deseja ser rica porque acredita que enriquecer
é encontrar a felicidade. Na verdade, se refletirmos a fundo sobre a questão,
veremos que a relação entre felicidade e riqueza é falsa.
Essa
relação ocupa filósofos e economistas há séculos. Os pensadores iluministas,
por exemplo, acreditavam na existência de uma equação harmônica entre o
progresso (que seria a riqueza) e a felicidade.
Desse
pressuposto surgiu a ideia de que, com o aumento da riqueza material, as
pessoas podem aumentar seu grau de felicidade. Por mais que se conteste essa afirmação,
ela já está entranhada no DNA de nossa sociedade.
Um
estudo diz que, quando a renda de uma família cresce em até cerca de 3.500
dólares ao ano, a relação entre aumento de renda e de felicidade é muito forte.
Por esse motivo, existem mais pessoas que se declaram felizes em países ricos
do que em países extremamente pobres. Quando a renda aumenta entre 3.500
dólares e 12 mil dólares ao ano, a relação entre renda e felicidade é positiva,
porém um pouco mais baixa. Entre 12 mil dólares e 70 mil dólares a relação
continua a existir, mas é bastante baixa. A partir de 70 mil dólares anuais, a
relação entre dinheiro e felicidade é inexistente. Alguns estudos consideram este
valor um pouco menor, em torno de 50 mil dólares.
Mas
por que é que, depois de acumular bens materiais e realizações, a tendência
é esquecer que tudo foi resultado de conquistas nem sempre fáceis? Os filósofos
estoicos consideravam que se as pessoas não controlassem os desejos, jamais
conseguiriam alcançar a felicidade.
Segundo
eles, seria impossível equilibrar o que a mente deseja e o que realmente
é possível adquirir. Não é à toa que certos milionários, depois de muito acumular,
passam a encarar o status e o conforto como um dado da natureza. Assim,
torna-se fácil sentir-se insatisfeito e induzido a buscar sempre mais bens para
ser feliz.
Na
prática,
Pode ser que você ou seus pais ainda se lembrem do primeiro
televisor que a família adquiriu. Certamente, foram vários dias de felicidade.
A chegada da primeira televisão colorida, muito tempo depois, também trouxe
alegria a várias famílias. Entretanto, hoje os pais não conseguem fazer com que seus filhos fiquem alegres simplesmente por terem um
televisor em casa. Para eles, isso é normal, pois todos os seus amigos e
conhecidos também têm o aparelho. É que, com o passar do tempo, o padrão de
consumo muda.
Ideal
iluminista: Felicidade deriva da
satisfação dos desejos.
Mensagem: Libere os desejos e realize-os!
Ideal
estoico: Felicidade provém do controle
dos desejos.
Mensagem: Liberte-se da tirania dos desejos!
É
possível fazer um paralelo entre os pensamentos iluministas e estoicos com dois
outros movimentos da história mundial. Os hippies, na década de 1970, pregavam
que a felicidade era um amor e uma cabana – e a cabana ainda era supérflua. Não
deixa de ser o ideal estoico.
Já
nos anos 80, a geração hippie estava no auge e pregava que ser feliz era obter
o melhor de tudo que o dinheiro pudesse comprar. É a mais recente tradução do
ideal iluminista.
E
para você, o que é ser feliz? Você acha que ser feliz é ser rico? Vale a pena valiar
o que é ser rico para você, o que realmente lhe proporciona felicidade e até
que ponto o dinheiro pode contribuir para isso.
“Lidar
com a felicidade pode ser tão difícil quanto enfrentar a infelicidade.”
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