“Por que nem todo mundo investe dessa forma?”
Esta é uma das primeiras perguntas que surge quando alguém explica as idéias
centrais da Escola de Valor e os resultados obtidos por seus praticantes.
Há algo na natureza humana que resiste em
aceitar a idéia de investir naquilo que está menos valorizado. Se fosse
diferente, os investidores value teriam
deixado de existir há muito tempo, já que a discrepância entre preço e valor
não aconteceria com tanta frequência, pois, como passaram décadas oferecendo
seus ensinamentos para quem quisesse adaptá-los, se a maioria dos investidores
tivesse dado atenção, os erros de investimento teriam sido reduzidos
significativamente. Se após tanto tempo,
e apesar de muitos investidores terem adotado esta filosofia, a maior parte do
dinheiro que se investe segue uma linha diferente, é inegável a necessidade de
uma disposição especial para investir de acordo com a Escola de Valor.
O comportamento autodestrutivo dos investidores
tem muitas causas, entre elas se deixar guiar pelo medo ou pela ambição,
apostar em setores da moda com grande desempenho em curto prazo e não se manter
fiel a um plano financeiro. Mas, além do já mencionado, destaca-se também a
tendência de tentar adivinhar o movimento da bolsa em curto prazo e o instinto
de rebanho. A idéia de que se algo está em alta continuará subindo e se algo
está em queda continuará caindo combina ambos os aspectos: implica um reflexo
condicionado que leva o investidor a acreditar que o comportamento do passado
recente se repetirá, mas também uma incapacidade para pensar por conta própria
ou ao menos questionar a conduta dominante no mercado em um determinado
momento.
Philip Carret
Philip Carret, famoso investidor, escreveu: “As tendências do mercado financeiro refletem o comportamento de compra
e venda de inúmeras pessoas. Por sua vez, essas negociações refletem,
consciente ou inconscientemente, um aspecto do estado emocional que envolve
essas transações. Em alguns momentos, suas esperanças e, em outros, seus
temores afetam os preços de um modo mais decisivo que a produção de aço, os
carregamentos ou outros fatos do mundo dos negócios”. E o mesmo Carret explica que ninguém obteve
sucesso duradouro nesse campo seguindo conselhos alheios.
Sendo assim, o temperamento é um dos
principais fatores que distinguem quem investe ou não de acordo com a Escola de
Valor. É necessária uma personalidade pouco comum para não ceder à tentação do
prognóstico e atuar de modo diferente do rebanho. Por isso mesmo, também é preciso
ter muita paciência, uma qualidade que vai na direção contrária da atitude
geral nas finanças. Os que tem sucesso praticando a Escola de Valor costumam
ressaltar esta virtude entre todas as outras.
Charlie Munger explica que a “regularidade”
para encontrar uma oportunidade é fundamental. Como tal oportunidade pode
demorar a chegar, saber esperar é uma vantagem. É muito pior uma transação que
te dá 5% ao ano durante uma década do que ficar com o capital no banco ganhando
2% de juros anuais durante cinco anos e, a partir do quinto ano, encontrar um
negócio com o qual você passa a lucrar 12% anuais no restante da década.
Quem sabe usar a paciência a seu favor
entende, por exemplo o benefício de comprar todo mês um pouco de ações e manter
este exercício durante vinte e cinco anos, deixando que os juros compostos
façam maravilhas. Ou sabe que não deve
ficar desesperado quando uma ação sobe 50% - digamos de US$ 10 para US$ 15 – e
pouco tempo depois volta ao seu preço original, desde que ela valha mais do que
custe.
Também sabe que, quando surge uma noticia
ruim, não é raro que as ações de todas as empresas do setor afetado entrem em
colapso e que isto crie oportunidades, pois entre as afetadas costumam haver
boas companhias. Quando em 1993, nos EUA, temia-se a proposta para o setor da
Saúde que Hillary Clinton preparava a pedido de seu marido, o reluzente
presidente, todo o setor de cuidados com a saúde viu suas ações despencarem.
Entre elas, por exemplo, a Johnson & Johnson, que era uma grande companhia
e, portanto não demorou em valorizar.
Quem é paciente sabe que os inocentes pagam
pelos pecadores e que em situações assim, enquanto os outros se entregam ao
pânico, o investidor atento encontrará valores a preço de pechincha. Pensar por
conta própria, quando o rebanho se deixa arrastar pelo pastor; manter a
serenidade, quando todos parecem perdê-la; discernir o essencial do secundário
e o permanente do temporário; esperar pelo que necessita ou se entusiasmar
quando os outros se deprimem são virtudes do investidor inteligente que derivam
de um temperamento independente, sereno e paciente.
Diante dele ou dela, está a força
impressionante da especulação. Como no jiu-jitsu, o investidor inteligente usa
a força do adversário em benefício próprio. A força da especulação gera inércia
na maioria dos investidores, que, como os sentidos adormecidos, copiam os
outros sem pensar muito. O efeito confunde inclusive mentes esclarecidas. Em
janeiro de 1973, Alan Greenspan, que anos depois seria presidente do Federal
Reserve (FED), prognosticou que aquele ano seria fantástico para a Bolsa. Nunca
houve, disse ele, um ano melhor para o mercado de ações. Sabe-se o que
aconteceu: no biênio de 1973 e 1974 deu-se a pior queda da Bolsa desde a Grande
Depressão.
A especulação desencadeia tal clima de
euforia que leva às pessoas a perderem de vista que quando as ações sobem mais
do que os lucros das empresas a bolsa se transporta para um mundo irreal. A
jornalista Carol Loomis descobriu que de 1960 a 1999 apenas oito das empresas
da Fortune 500, ou seja, das
quinhentas maiores, puderam aumentar seus ganhos em uma média de 15% ao ano,
durante duas décadas. Tal dado mostra que não deveria ser difícil entender que,
no momento em que a especulação eleva o preço de uma ação a um nível que pressupõe
capacidade para aumentar os lucros acima dos 15% ao ano, a ligação com a
realidade foi rompida. Porém, a especulação é qualquer coisa menos uma atitude
lógica. Portanto, isto que acabo de afirmar a respeito dos lucros de uma
empresa, perde-se facilmente de vista quando o medo, a ambição, a moda ou o
medo da solidão capturam os indivíduos.
Quando uma bolsa apresenta tendência de alta
– em inglês, conhecida pela metáfora taurina “Bull Market” -, as pessoas deixam de se perguntar: “- quanto lucra essa empresa?”. O que perguntam é: “- em que nível estará a bolsa amanhã?”. O mercado em alta de 1949 a
1961 levou a crise de 1929 e 1939 a cair no esquecimento e o de 1990 a 2000
encobriu o ocorrido em 1973 e 1974 e em 1987. Menciono os dois períodos de
ascensões mais longos do último século, mas a amnésia também se dá em períodos
bem mais curtos. Ainda que o desejo de saber o futuro seja tão antigo quanto a
humanidade, o mundo das finanças modernas mergulhou na afobação de saber, todos
os dias, como a bolsa estará no dia seguinte. No entanto, o sujeito não se
importa em saber como estará, dois ou dez anos mais tarde, a empresa cujas
ações ele tem comprado.
Os grandes fundos de investimento, quase que
por natureza, contribuem com a dinâmica da especulação: têm a desvantagem de só
poder comprar pacotes muito grandes de ações porque, dado o volume que manejam,
devem investir muito dinheiro para alcançar benefícios. Por sua vez, estes
fundos dependem do dinheiro que as pessoas colocam neles. Quando a bolsa sobe,
aumenta o dinheiro colocado pelo público e vice-versa.
Sendo assim, os fundos têm gerado interesse
em continuar apostando nas bolhas, ou, quando ocorre o efeito contrário, de
vender tudo o que têm mesmo que seja de boa qualidade. Como, na maioria das
vezes, os gestores destes fundos recebem gratificações por ganhar acima de um
índice representativo da Bolsa, para evitar que fiquem em evidência por causa
de resultados negativos, costumam comprar as ações incluídas nesse índice, e
dessa forma alimentam a bolha existente. Claro que também compram outras ações,
para tentar ganhar no índice, mas o fazem apostando no que está em alta e,
portanto, investem no que os outros também estão adquirindo.
Por quê? Porque para um gestor é menos grave
perder dinheiro fazendo a mesma aposta que a maioria de seus concorrentes do que
aderindo a algo diferente. Assim, se
compararmos dois gestores que perderam com seus investimentos, veremos que
aquele que perdeu, porque comprou ações da Apple está mais protegido perante
seu chefe ou seus clientes – mesmo que tenha comprado por um preço muito alto –
que outro que perdeu adquirindo ações de uma companhia discreta, que ninguém
ouviu falar, mesmo que as tenha comprado muito baratas.
Ou seja, o sistema alimenta sua própria
tendência especulativa. Em vez de ganhar muito comprando uma empresa pouco
conhecida ou seguida por uma bagatela de analistas, os gestores de instituições
que movem enormes quantias de dinheiro preferem empresas populares, porque se
fracassarem a derrota será de todos ou na maioria. No caso dos fundos de
pensão, esse “imperativo institucional”, como se chama à inércia especulativa
das grandes instituições investidoras, é pior. Os fundos de pensão investem em
certas listas aprovadas de antemão para evitar, por exemplo, que dois
administradores de um mesmo banco, que manejam carteiras de pensão para duas
empresas diferentes, tenham resultados distintos e uma das duas retire dinheiro
quando o seu resultado for pior que o do outro.
Muitos gestores de fundos de investimento
recebem por volume gerenciado e não por rendimento. Para atrair mais dinheiro da
população, devem aderir à linhagem das ações mais populares. Também é
conveniente comprar e vender com muita frequência, ao invés de apostar em ações
de longo prazo.
Por sua vez, as bolsas, que em parte vivem do
número de transações, têm interesse que sejam poucos os que compram algo para
guardar durante muito tempo. Os seus analistas que dão conselhos a seus
clientes, isto é, aqueles a quem confiamos nossas poupanças, fixam-se nos
resultados imediatos das empresas – por exemplo, os lucros do último trimestre –
sem se darem ao trabalho de fazer uma análise mais minuciosa. Suas instituições
investem na moda porque têm interesse em atrair o máximo de clientes. É
exatamente por tais fatos que frequentemente o noticiário anuncia que as ações
da arquiconhecida Microsoft estão perto de dois bilhões na bolsa.
Em outras palavras: o sistema é feito para
que as pessoas evitem pensar por conta própria. O resultado? 75% dos fundos
mútuos nos EUA obtêm resultados piores que os índices da bolsa. Isto tanto hoje
quanto no passado: Graham escreveu, nos anos 1970, que os fundos que buscaram
ganhar agressivamente do índice principal dos EUA na década anterior,
fracassaram.
O primeiro fundo mútuo – como são nomeadas nos
Estados Unidos as instituições nas quais milhões de pessoas colocam suas
economias para que os especialistas invistam por elas (e tal nomeação pode
variar conforme o país) – foi criado na Holanda, em 1822. Depois os Escoceses
copiaram. Nos EUA, o público aderiu a
este esquema apenas no final do século 19.
O nome foi mudando (stock trusts, investment companies)
até que em 1929 adotou sua forma atual: fundo mútuo. Junto com os fundos de
pensão e outros tipos de fundos de investimento, formam um aspecto essencial na
bolsa de hoje. Boa parte da especulação financeira produz-se em virtudes das
decisões que estes fundos tomam pelas razões já mencionadas.
Se levarmos em conta que os especialistas
entulham as telas de televisão com conselhos que quase sempre tornam enigmático
o que é simples, fica fácil de entender porque o público tem medo de fazer algo
diferente do recomendado (e feito) por essa engrenagem do investimento.
Acontece, porém, que os especialistas, frequentemente munidos de títulos de Chartered Financial Analyst (Credenciamento internacional para
profissionais do setor de investimentos), não são tão entendidos
assim: como fica explícito nos 75% dos fundos mútuos que não superam o mercado.
Para cada Peter Lynch, há centenas de
gestores medíocres.
Um dos maiores especuladores de todos os
tempos, Bernard Baruch, que viveu entre meados dos séculos 19 e 20, explicou
bem como funciona a psicologia de massas que está por trás do mundo da
especulação: “Sempre achei”, escreveu
em sua autobiografia, “que a loucura que,
periodicamente, afeta a humanidade reflete um aspecto profundamente enraizado
da natureza humana – algo similar à força que motiva a migração de aves...”.
O mesmo Baruch explicou que as flutuações da
bolsa não são produzidas pelos acontecimentos em si, mas pelas reações humanas
a esses acontecimentos: “A bolsa é igual
às pessoas. As pessoas tentando prever o futuro”. Por isso, em momentos de
alta, a euforia leva as pessoas a investirem em massa nos fundos mútuos. Ou nas
fases de baixa, que é quando há menos riscos de entrar no mercado precisamente
porque tudo está barato, as pessoas se retraem em vez de aproveitar para sair
comprando o que estiver barato no mercado.
Vários estudos demonstram que a estratégia de
comprar ações quando acontece um colapso na bolsa dá resultado melhor do que
investir nela durante um período de um a cinco anos. Mas psicologia humana age
no sentido contrário.
Quando aconteceu, em 2000, a explosão da
bolha “ponto.com”, apenas um em cada quatro investidores queria investir mais
em fundos mútuos. A tendência durante as quedas da bolsa é vender e não
comprar. Por isso, os momentos de maior liquidez, isto é, de maior venda de
ações da carteira para ter cash por
parte dos grandes fundos, são também os das grandes quedas: 1970, 1974, 1982,
1987, 1990, 2000, 2008. Essas instituições investidoras programam seus métodos
de compra ou venda em função dos altos e baixos, seguindo as diretrizes da
psicologia humana.
Os investidores de Wall Street compram quando
há uma boa notícia e vendem quando há uma ruim. Se em dois meses a ação não se
move, vendem e buscam outra coisa. Já existem programas de computador que medem
a velocidade de subida ou descida de uma ação. Se subir rápido, o computador
compra. Se cair rápido, ele vende.
Em mercados em alta, o P/L, isto é, o preço
da ação em relação aos lucros, passa de um dígito para 20, 30, 40 ou 50 com
muita facilidade – trata-se de uma sobreavaliação grosseira, se levarmos em
conta que o P/L (múltiplo) histórico é 15. Como o mercado eufórico faz com que
tudo suba, por um tempo estes preços parecem solicitados por novas altas.
Quando o múltiplo atinge um nível enlouquecido, digamos 50, a comunidade de
investidores costuma anunciar que os lucros já não importam mais. A partir
desse momento, a valoração de uma empresa, segundo os investidores fora da
Escola de Valor, já não se faz a partir do que lucram, mas sim, por exemplo, de
suas vendas.
No entanto, uma empresa pode ter boas vendas,
mas se gasta muito ou está enterrada em dívidas terá pouco lucro líquido. Não
importa: quando se perde a ligação com a realidade, os investidores buscam
justificar suas apostas de qualquer forma. É por isso que negócios não
lucrativos veem os preços de suas ações subir e subir. Foi o que aconteceu nas
décadas de 1920, 1960, 1990 e no ano de 2007.
É nesse contexto que os bancos de
investimento colocam as empresas que estão estreando na bolsa com preços que
representem cerca de vinte vezes suas vendas e não seus lucros líquidos. Já não
se considera que uma empresa deva mostrar antecedentes para merecer uma alta
valoração: a promessa de ganhos futuros basta. Jim Clark, fundador da Netscape,
vendeu por US$ 1 bilhão sua participação na companhia, apesar dela nunca ter
dado lucros.
Quando vem a proclamação de que o que importa
são as vendas e não os lucros, trata-se da fase final de uma bolha. Nesse
ponto, alguns investidores da Escola de Valor retiram-se, conscientes de que a
bolha cedo ou tarde explodirá e de que a relação entre os preços da bolsa e a
realidade foi anulada. Charles Clough, value
investor da Merril Lynch, vendeu suas ações pouco antes do colapso de
2000-2001. Por outro lado, a maioria dos investidores permaneceram ... e se
afundaram com a bolsa quando a bolha estourou.
Um dos aspectos da psicologia humana é a
necessidade de antecipar o futuro, tentando encontrar chaves de entendimento no
passado ou no presente. A Neurociência mostra que as pessoas buscam padrões em
qualquer repetição: quando percebem um padrão que se repete querem prever o
futuro. Quando um fato ocorre duas ou três vezes, segundo a ciência do
comportamento, as regiões do cérebro chamadas de giro cingulado e núcleo
accumbens, automaticamente, acreditam que acontecerá outra vez. Se houver
repetição, o cérebro liberta uma substancia que gera euforia. Quando caem as
ações, a perda de dinheiro ativa a amígdala cerebral e faz com que a pessoa
fuja como um animal encurralado. Daí vem a explicação da criação de travas de
segurança, como os STOPS nos homebrokers modernos. O público, incluindo o
investidor sofisticado, frequentemente investe de acordo com esses impulsos.
Por isso, não é fácil praticar a Escola de Valor: ela vai no sentido contrário
de algumas de nossas reações instintivas.
Dois terços das previsões sobre os lucros das
mais diversas empresas foram equivocadas e, no entanto, os analistas de grandes
fundos continuam fazendo-as sistematicamente. Com frequência, os que apostam em
empresas de alto crescimento falham na hora de determinar o bom momento para
investir nelas. Quando uma empresa vai bem, os especuladores apostam de maneira
desproporcional, portanto, seu preço dispara, o que torna essa ação
especulativa e assim, paradoxalmente, uma compra ruim mesmo que a empresa
esteja indo bem.
Quando dois gigantes se fundem, o mercado
costuma responder com euforia, sem avaliar se a fusão é plausível. A maioria
delas não tem sentido algum. Quando, em 2000, a AOL e a Time Warner se
fundiram, o mundo financeiro achou que era o início de um sucesso que se
tornaria legendário. Era tal a euforia que, apesar de a AOL ter menos
patrimônio e lucros que a Time Warner, seus acionistas ficaram com 50% da nova
entidade. Foi um completo fracasso.
A obsessão com os lucros futuros, que por
definição são imprevisíveis, domina o mundo do investimento especulativo. Os
mercados reagem de forma absurda conforme os resultados financeiros das
empresas se aproximam ou afastam das previsões dos analistas. O que esses
analistas evitam é o que os value
investors valorizam: o estudo de como a empresa gera lucros.
Há basicamente cinco formas de uma empresa
aumentar seus benefícios: reduzir custos, subir os preços de seus produtos,
expandir à conquista de novos mercados, vender mais nos mercados que já possui
e revigorar ou fechar operações que representem perdas. Os especialistas
frequentemente esquecem essa questão elementar. A obsessão por empresas que
crescem leva muitos investidores a confundir crescimento com expansão.
Pode haver crescimento dos lucros de uma
empresa de um setor que está encolhendo. Uma empresa pode aumentar suas margens
baixando custos, apesar da diminuição de consumidores nesse setor. Mas, em
longo prazo, se o setor está encolhendo, esse crescimento dificilmente se
sustentará, a não ser que a empresa tenha uma vantagem competitiva sólida. Nada
disso é levado em consideração pelas instituições investidoras que se deixam
influenciar pelo resultado do último trimestre ou adivinham o crescimento
futuro com base exclusivamente no comportamento da ação, sem entender que o
importante é o crescimento da empresa e não o preço do título.
Peter Lynch diz que um investidor comum até
leva vantagem sobre um especialista, na medida em que o patrimônio e os lucros
de uma empresa podem ser percebidos na experiência cotidiana, na rua. As
pessoas, antes de analisar a empresa de forma mais profunda, podem observar nos
restaurantes, nos shoppings e em outros ambientes onde haja vendas ou não quais
negócios têm sucesso e quais fracassam. É o que ele chama de “o poder da
sabedoria popular”. A Escola de Valor tem suas raízes na realidade e a
especulação na irrealidade.
Mais um texto excelente!
ResponderExcluirÓtimo texto amigo. Me interessei pelas ideias da escola de valor e gostaria de saber o que vc acha do bitcoin. O que as ideias desta escola dizem sobre essa moeda? Vale a pena investir nisso?
ResponderExcluirTem algum livro que em português que possa me recomendar sobre investimento em valor? Ou apenas ler artigos bastam?
Foi mal por tantas perguntas :p
Nunca peguei nenhuma matéria sobre Bitcoin para saber e me aprofundar melhor. A única coisa que sei é que é uma nova moeda!
ExcluirMas quer um conselho? Caia fora. Não existe moeda que se possa criar sem a regulação de um Banco Central Mundial (Pelo Menos) que possua alguma credibilidade. Quem é que regula a quantidade disso? É uma moeda que não se pode pegar, sem lastro em nada? Algo que é criado assim como são criados os BITS pela internet? Para mim isso cheira a Bolha, a mais um fenomenal início de Pirâmide !
Valeu pelo aviso.
ExcluirTeria algum livro sobre investimento em valor para me indicar?
Livros? Grandes Investidores de Glen Arnold da Editora Saraiva.
ExcluirOpa, valeu!
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